terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O massacre de 500 elefantes na República dos Camarões e a guerrilha africana

Não poderia ser pior a situação dos  elefantes no Bouba Ndjida National Park, em Camarões. Os animais, já ameaçados, estão sendo massacrados por caçadores em busca de marfim. Muitos filhotes de elefantes órfãos foram avistados e correm o risco de morrer de sede e fome.

Com o dinheiro resultante da venda do marfim nos mercados asiático e europeu, armas são compradas para abastecer os conflitos regionais que acontecem, particularmente, no Sudão e na república Centro-Africana. Camarões possui uma fronteira muito permeável com o Chade, e é através dele que os rebeldes armados do Sudão e da República Centro-Africana avançam em gangues, montados à cavalo, à procura de elefantes.

Desde janeiro deste ano, aproximadamente 500 elefantes foram vítimas desse comércio ilegal. De acordo com oficiais da República Centro-Africana, uma repressão massiva foi lançada sobre os furtivos caçadores. Quantos elefantes ainda estarão em sua mira até que os governos coloquem um fim ao comércio de marfim? 

A CNN entrevista o Diretor do Santuário de Elefantes do Tennesse
Rob Atkinson, sobre a matança de elefantes na África, causada 
pelo consumo de marfim, e o que deve ser feito a esse respeito.

O mercado de marfim e a população mundial de elefantes

Em 20 de julho de 2011 o governo do Quênia queimou, no Tsavo West National Park, em uma importante cerimônia, aproximadamente 5 toneladas de marfim contrabandeado apreendido, originárias principalmente no Malawi e na Zambia. Foi a quarta queima de marfim desse gênero (duas já haviam sido feitas no Kenya - 1898 e 1991 - e uma na Zambia - 1992). Em 2010, na CoP 15 da  Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e da Fauna (CITES), em Doha, Qatar, a ElephantVoices estava entre as organizações que se opunham fortemente a qualquer comércio de marfim - numa importante vitória dos elefantes, a CITES votou contra a requisição da Tanzania e da Zambia de vender seus estoques de marfim.

A ElephantVoices parte do fundamento de que o mercado global potencial para o marfim é, de longe, muito maior do que toda a população de elefantes do mundo seria capaz de suprir. Qualquer mercado para o marfim estimula o aumento da demanda e, consequentemente, o mercado ilegal e a matança de elefantes. As vendas de estoques de marfim realizadas em 2007 pela África do Sul, Botswana, Namibia e Zimbábue para a China e o Japão, a depeito de um caloroso debate, apenas estimularam a demanda, o desenvolvimento de novas rotas de caça e as manufaturas de artefatos de marfim, com consequências devastadoras para os elefantes africanos nos anos subsequentes.

A ElephantVoices solicita que os governos e as instituições às quais compete a  aplicação da lei, no mundo todo, ajam com firmeza na contenção da escalada do mercado de marfim, do contrabando e da matança ilegal dos elefantes. E esperamos que a queima simbólica de marfim do dia 20 de julho de 2011 inspire pessoas e países a trabalharem juntos pela proteção dos elefantes. 




Saiba mais sobre o mercado de marfim e compartilhe as informações com seus amigos, colegas, imprensa. Ajude a colocar um fim ao mercado de marfim. Os elefantes precisam desesperadamente de ajuda.

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