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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O lado negro do turismo com elefantes na Tailândia

Por: Jeanne Kim
Publicado no website de notícias da economia global Quartz, em 28 de Julho de 2014 

As candidatas a Miss Universo 2005 não captaram a mensagem. Foto: Darren Decker

Os folhetos de turismo da Tailândia mostram suas maravilhosas praias com águas límpidas e azuis, carrinhos coloridos de frutas frescas em mercados ao ar livre e elefantes caminhando pela selva com visitantes animados ​​em suas costas. Mas acontece que há um lado obscuro nesses passeios de elefante. 
A Tailândia é um dos 13 países da Ásia que comercializam elefantes asiáticos – a maioria do vizinho Mianmar –, para abastecer seu mercado de turismo. E um relatório recente descobriu abusos generalizados nessa indústria. 
O TRAFFIC, um grupo de fiscalização do comércio de vida selvagem controlado pelo World Wide Fund (WWF) e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), divulgou os resultados de uma investigação sobre 108 centros turísticos de elefantes, hotéis e instalações governamentais examinados entre 2011 e 2013. Eles encontraram cerca de 80 elefantes nessas instalações que haviam sido capturados ilegalmente para a indústria do turismo. E entre aqueles cujas origens eram identificáveis​​, nove em cada 10 eram de Mianmar. Estimativas indicam que o número de elefantes em acampamentos turísticos na Tailândia é de 1.688 no total. 
No século passado, os elefantes asiáticos eram utilizados para extração de madeira e caçados por sua pele, sua carne e seu marfim. Mas, depois de o governo tailandês proibir o desmatamento em áreas protegidas, em 1989, não demorou muito para que os elefantes fossem utilizados como atração turística, o que se tornou um novo motivo para o comércio ilegal desses animais. Para prepará-los para o trabalho, eles são arrancados de suas famílias ainda jovens e entregues aos treinadores, que “quebram seus espíritos”,  acorrentando-os e privando-os de comida e água, diz o relatório da TRAFFIC. Eles são constantemente espancados com varas de bambu para se tornarem criaturas dóceis e controláveis​​. 
O Thai Elephant Conservation Center, criado pelo governo, refuta as denúncias dos abusos descritos: "A maioria dos elefantes tailandeses é muito bem cuidada, em parte porque a maioria dos tailandeses é de natureza amável e humana, mas também porque os elefantes são simplesmente valiosos demais para serem maltratados.” Em fevereiro de 2012, o governo tailandês apertou o cerco ao comércio ilegal de elefantes, o que parece ter parado a maior parte dele. Ainda assim, a TRAFFIC conclui que "não se pode descartar a chance de o tráfico ainda estar ocorrendo". Afinal, um elefante bebê saudável está atualmente avaliado em 33.000 dólares, e o número de visitantes na Tailândia está prestes a aumentar para 28 milhões em 2014, contra 26,7 milhões em 2013
Claro que alguns fracassos internos, como o golpe deste ano na Tailândia, colocaram um freio no turismo do país. O número de turistas caiu quase 5% entre janeiro e abril deste ano. Mas passeios de elefante, no entanto, não mostram nenhum sinal de perder seu apelo: o turismo usando esses animais segue forte na Índia, no Camboja e no Laos. 

Link para o artigo original em Inglês.

Saiba mais no website da ElephantVoices: "The ugly truth about elephant back rides" ("A terrível verdade sobre os passeios em elefantes"). 

Tradução, revisão e edição: Simone Frattini, João Paiva, Teca Franco, Junia Machado. 



terça-feira, 17 de setembro de 2013

Massacre de elefantes na Costa do Marfim choca aldeões

Mãe e filhote de elefantes africanos da floresta (Loxodonta cyclotis) 
descansam em uma clareira da África central (Foto: © Melissa Groo)

Abidjan, Costa do Marfim, 17 de Setembro de 2013 – Inúmeros elefantes foram mortos por caçadores armados na Reserva Nacional de Mount Peko, na Costa do Marfim, de acordo com residentes locais.

Aldeões de Bagohouo afirmaram, na segunda-feira, que ficaram aturdidos ao ver tantos elefantes mortos por tiros e com as presas removidas. 

“Nos últimos dias, os caçadores aumentaram os ataques noturnos contra os elefantes. Já informamos as autoridades florestais sobre a presença de indivíduos armados na reserva,” disse Gaspart Guei, residente local.

“De uma população de muitos elefantes há alguns anos atrás, temos agora apenas três elefantes,” Benoit Yrou, outro aldeão, afirmou sobre a área onde está sua aldeia.

A Reserva Nacional de Mount Peko, que tem 34.000 hectares, é um dos maiores parques da Costa do Marfim.

O massacre dos elefantes ocorre logo após a grande estrela do futebol internacional do país, Yaya Toure, ter prometido fazer “tudo o que for possível” para lutar contra a caça ilegal de elefantes na África.

O jogador do Manchester City, time inglês, afirmou que a caça ilegal é uma das mais sérias ameaças à estabilidade política, à economia, à herança cultural e ao gerenciamento adequado dos recursos naturais de muitos países.

Apenas em 2011, segundo uma estimativa das Nações Unidas, mais de 17 mil elefantes foram mortos dentro de áreas protegidas.

Na Costa do Marfim, onde o número de elefantes caiu drasticamente, remanescem apenas 800 elefantes.

Especialistas alertaram sobre essa grave ameaça aos elefantes na Costa do Marfim, pedindo que sejam feitos mais esforços para proteger essa ameaçada espécie.

Link para o artigo original.

Junte-se à nossa campanha "Cada Presa Custa uma Vida" e a compartilhe massivamente. É preciso acabar com o comércio de marfim o mais urgente possível, no mundo todo!

Uma das ilustrações criadas pela artista Asher Jay para a campanha
Cada Presa Custa uma Vida (2013)

Tradução, revisão e edição: João Paiva, Teca Franco, Junia Machado.