Por: The Washington Post
Foto: Associated Press |
Oficiais da alfândega de Hong Kong apreenderam de um carregamento de marfim ilegal, chifres de rinoceronte e peles de leopardo valendo cerca de R$ 12,2 milhões (US$5,3 milhões), na segunda maior apreensão de produtos de espécies selvagens em um mês.
O lote é também o mais recente de uma série de grandes apreensões de marfim durante o último ano, em Hong Kong.
Agindo com informações de oficiais da alfândega da China, autoridades de Hong Kong confiscaram cerca de 1.120 presas de marfim, 13 chifres de rinoceronte e cinco peles de leopardo, que pesaram um total de 2.266 quilos, segundo Vincent Wong, diretor da alfândega.
Os itens foram encontrados na terça-feira, em 21 caixas escondidas em um contêiner cheio de madeira vindo na Nigéria, disse ele. Wong afirmou ainda que o carregamento mudou de navio em Xangai antes de chegar a Hong Kong, mas que não acredita que a antiga colônia britânica fosse o destino final.
Ativistas da vida selvagem dizem que a crescente presença da China na África é a culpada pelo aumento sem precedentes da caça ilegal de elefantes para obtenção de suas presas, e acredita-se que a maior parte delas seja contrabandeada para a China e para a Tailândia, para ser transformada em enfeites de marfim.
De acordo com a CITES, o organismo internacional que monitora as espécies ameaçadas, o comércio ilegal de marfim representa em tamanho, hoje, pelo menos o dobro do que em 2007.
O marfim pode alcançar R$ 4,6 mil (US$2 mil) por quilo no mercado negro e mais do que R$ 115 mil (US$50 mil) por uma presa inteira.
No mês passado, mais de duas toneladas de presas de elefantes valendo cerca de R$5,2 milhões (US$2,25 milhões) encontradas em um contêiner vindo do Togo foram confiscadas por oficiais da alfândega de Hong Kong, que afirmou que essa havia sido a maior apreensão desde 2010. Em janeiro, oficiais confiscaram um carregamento de marfim valendo R$3,2 milhões (US$1,4 milhão) vindo do Quênia, que se seguiu a duas outras grandes apreensões no final do ano anterior.
A demanda por chifres de rinoceronte é gerada pela crença, na Ásia, de que curaria doenças, o que não é apoiado por evidências médicas. O chifre do rinoceronte é feito de queratina, proteína encontrada nas unhas dos humanos.
Ninguém foi preso.
Pelas leis de Hong Kong, qualquer culpado de comércio de produtos vindos de espécies ameaçadas enfrenta até dois anos de prisão e multa de até R$1,5 milhão (US$645 mil).
Link para o artigo original do The Washington Post.
Assista a vídeo da BBC sobre a apreensão de carregamento de duas toneladas de presas de elefantes jovens em Hong Kong, em Julho de 2013. |
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