terça-feira, 24 de abril de 2012

O que acontece por trás da morte de um elefante assassinado


Por: Libera! Asociacion Animalista, Espanha

 
O Rei da Espanha, Juan Carlos, caçando elefantes na África
(Foto: internet)

Botsuana, 15 de abril de 2012 - Os elefantes são animais com uma interação social muito complexa. Organizam-se em famílias, clãs e manadas, sob o cuidado atento de uma matriarca, mas com a participação de todos os membros na educação e na criação das crias e dos elefantes jovens.

Quando uma matriarca morre, seu lugar é assumido por outra elefanta, que recebeu todos os conhecimentos da matriarca morta, como rotas migratórias, onde buscar água, comida etc. A morte de uma matriarca significa que a manada deve se reorganizar, logo depois de passar pelo período de luto, durante o qual fazem ritos funerários. Ritos que se repetem por anos, quando passam por onde estão os ossos do membro da manada morto.

Os caçadores, em seu afã de mostrar ainda não sabemos o quê ao assassinar animais indefesos, buscam matar os maiores exemplares e justificam isso argumentando que sua caça é "ética" e que responde a critérios "conservacionistas". Nada pode estar mais longe da verdade: somente buscam o indivíduo maior, mais velho e majestoso para poder, assim, posar com peças maiores de marfim como troféus.

A verdade é que, quando se mata um elefante adulto, os mais jovens ficam condenados a não ter com quem aprender a encontrar as rotas por onde se movem em busca de comida e água. Isso tem acontecido em muitos povoados e cidades africanas, onde pequenos grupos de jovens elefantes invadem, em uma espécie de ato de vandalismo, desde casas e tendas até plantações e colheitas. Comportam-se como se comportaria (e é assim mesmo que acontece) um grupo de adolescentes que vivesse sem a orientação de seus responsáveis. E quando, então, os caçadores utilizam esses acontecimentos como desculpa para matar também esses jovens elefantes.

A caça não é um esporte: a caça é um vício que se tem que ser combatido. Nenhum animal deveria morrer vítima da violência de quem se entretém portando armas (e usando-as) como forma de passar suas "férias". No caso dos elefantes, além disso, quem os mata demonstra uma grave falta de compromisso com a opinião geral da população, que deseja observá-los vivendo em paz e de acordo com sua natureza, e condena ainda o resto dos membros de sua manada a um futuro incerto.

Recentemente, foi noticiado pela mídia que o Rei da Espanha quebrou a bacia enquanto participava de uma caçada a elefantes em Botsuana. As redes sociais e os veículos de comunicação se inflamaram com a notícia, alguns ressaltando o uso de dinheiro púbico para essas sangrentas férias, outros salientando a classificação de "Vulnerabilidade" com que a IUCN tem catalogado, em sua Lista Vermelha, a espécie Loxodonta africana, a que pertence ou pertencem o/os elefante (s) assassinado (s) pelo monarca. Acreditamos ser necessário ressaltar que a caça é condenável em todas as suas formas, independentemente de suas vítimas estarem ou não em perigo de extinção, ou de quem tenha participado dela ter utilizado dinheiro público ou privado, ou mesmo de não ter desembolsado nem um centavo.


Petição pela proibição de caçadas de elefantes em Botswana.

Jornal Nacional: Rei da Espanha se desculpa por ter caçado elefantes na África.







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