sexta-feira, 19 de julho de 2013

Adriana Barra e os jardineiros das florestas da Ásia e da África

Estilista e designer brasileira engaja-se em campanha mundial pela conservação dos elefantes, os maiores horticultores de nosso planeta.


Elefantes emergem de uma paisagem tropical, ladeados por animais e plantas que parecem reverenciá-los. Nas estampas criadas por Adriana Barra, inspiradas na conservação dos jardineiros de nosso planeta, as espécies convivem em harmonia e a biodiversidade é generosa.

Nos diversos países da África e da Ásia habitados pelos maiores mamíferos terrestres de nosso planeta, porém, a realidade é outra. A disputa com os seres humanos por espaço e recursos naturais, o tráfico de filhotes de elefantes asiáticos para uso em atividades turísticas e a caça predatória para abastecer a crescente demanda por objetos de marfim estão ameaçando a sobrevivência das três espécies de elefantes e colocando em risco tanto a biodiversidade das florestas tropicais como a economia e a estabilidade dos  países onde vivem.

“Elefantes são seres extraordinários e muito importantes para a biodiversidade, mas, infelizmente, sua sobrevivência está ameaçada”, afirma Adriana Barra. “É preciso uma conscientização de todos os povos, para que o consumo de marfim acabe o quanto antes não somente na Ásia, mas no mundo todo. Não podemos permitir que o atual massacre de elefantes continue e que tanto suas populações, como as paisagens onde vivem, desapareçam”. 

Os elefantes têm propriedades ecológicas únicas e, por isso, são considerados os megajardineiros de nosso planeta. Ingerem grandes quantidades de sementes, de inúmeras espécies, e as dispersam através de longas distâncias, mantendo-as preservadas durante o processo de digestão e envolvendo-as em ricos nutrientes ao dispensá-las. As novas árvores mantêm a saúde da floresta e contribuem para um ar limpo, importante para todos os seres do planeta. Os elefantes abrem uma rede de trilhas que são usadas por outros animais e clareiras importantes e ricas em nutrientes, usadas para a alimentação de diversos animais, inclusive os gorilas. São insuperáveis nessas funções e vitais para as florestas tropicais, sendo, por isso, considerados os maiores horticultores de nosso planeta.


Assim, retratados como importantes e insubstituíveis jardineiros, é que os elefantes aparecem nas estampas de Adriana Barra. E as borboletas que os sobrevoam em profusão também são símbolo de um ecossistema saudável: a quantidade dessas pequenas criaturas, rápidas e sensíveis, num ecossistema é considerada pelos cientistas um indicador confiável da biodiversidade. 

“Conheci o trabalho da ElephantVoices no ano passado. Já tinha tido contato com elefantes e admirava bastante sua inteligência e sua essência carinhosa  e gentil. Foi inspirador saber mais sobre eles, conhecer os projetos que estão sendo desenvolvidos para sua conservação e também entender qual a sua importância na natureza. Decidi criar estampas em sua homenagem, e elas acabaram se tornando a base para o desenvolvimento de toda uma coleção, a United Kingdom of Tropicalia (lançada no verão 2012/2013). Agora, essas imagens poderão ser úteis para chamar a atenção do mundo todo sobre a importância de sua conservação”, afirma a estilista.

Das três espécies de elefantes, a mais frugívora (i.e., que se alimenta de frutas) é o elefante africano da floresta, cujo habitat são as florestas da África Central e Ocidental, seguida pelo elefante asiático e, depois, pelo elefante africano da savana. A mais ameaçada das três é, justamente, o elefante africano da floresta, por causa  de suas presas mais róseas, mais firmes e mais valorizadas pelos consumidores de marfim. Seu papel ecológico é crucial na vida das florestas onde vivem, locais de biodiversidade incrível e muito importantes para o planeta, por sua grande capacidade de absorção de carbono. Entretanto, essa espécie caminha rapidamente para a extinção: nos últimos anos, sua população declinou mais de 60%.

De acordo com Stephen Blake e Ahimsa Campos-Arceiz, coautores de um estudo sobre a distribuição de sementes pelos elefantes africanos e asiáticos, se eles  desaparecerem do ecossistema, podemos esperar mais do que a perda de espécies-chave da África, mas também uma grande perda da biodiversidade e uma simplificação da estrutura e da função das florestas. Em suma, seria como se os jardineiros abandonassem seus canteiros, deixando-os para uma monocultura de ervas daninhas em expansão.

O crescente consumo de objetos feitos com marfim a partir de presas contrabandeadas das duas espécies de elefantes africanos para a Ásia foi a causa do extermínio de 40 mil a 50 mil elefantes em 2012, segundo Petter Granli e Joyce Poole, diretores da ElephantVoices. Isso equivale a mais de 10% de sua população total na África. A situação exige medidas urgentes em toda a cadeia do comércio de marfim, desde a caça até o consumo do produto final, no mundo todo.  

Adriana Barra


O destino foi decisivo para que a designer Adriana Barra criasse seu Universo. Um mundo colorido, onde a liberdade prevalece. Seu talento, aliado ao estilo exclusivo de criação, a tornou uma das mais importantes designers do Brasil e referência de estilo, qualidade e bom gosto, com uma estamparia incomparável. Apaixonada por Pantones, suas criações combinam formas e desenhos a listras e xadrezes. Com um conceito muito pessoal, ela acredita na liberdade, e sua moda é atemporal, com criações que não vêm da inspiração, mas surgem pela transpiração. Com a proposta de trazer de volta a feminilidade e o glamour da mulher de tempos atrás, Adriana Barra desenvolve criações customizadas de acordo com a mistura dos desejos de cada mulher e de sua própria criatividade.

Saiba mais sobre a importância dos elefantes para as florestas tropicais.

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