A recepção do museu e os materiais da campanha “Cada Presa Custa uma Vida”
(Foto: Maria Cristina Mullins)
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Quando os visitantes chegam à recepção do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, para visitar a exposição “A Arte a Serviço da Fé – Tesouros do Museu Histórico Nacional”, além de se depararem com o belo painel em tons de púrpura e dourado que anuncia a exposição de arte sacra, têm acesso a peças informativas da ElephantVoices sobre o comércio de marfim e como ele está colocando em risco a sobrevivência dos elefantes.
São três banners: dois com texto informativo, em inglês e português, e um com a imagem “Valores de Família”, desenvolvida pela nova-iorquina Asher Jay e que faz parte da campanha mundial da ElephantVoices “Cada Presa Custa uma Vida”, lançada no início deste ano e dirigida a todas as pessoas que fazem parte da cadeia do marfim – desde os caçadores até os compradores finais, em diversos países.
A exposição, que estará em cartaz até meados de agosto, inclui um grande acervo de imagens religiosas de marfim de propriedade do museu, datadas do século XVIII.
A ação da ElephantVoices Brasil foi aprovada pela Diretoria e pelo Setor de Comunicação do museu, que concordaram sobre a importância da conscientização do público da exposição quanto à atual ameaça do crescente comércio de marfim à sobrevivência das três espécies de elefantes.
Desde os primeiros contatos da ElephantVoices Brasil com o Museu Histórico Nacional, através de sua diretora Vera Tostes, ficou clara a disposição do museu em aproveitar o momento para uma conscientização a respeito da preservação dos elefantes. Maria Cristina Mullins, da equipe da ElephantVoices Brasil do Rio de Janeiro, e Laudessi Torquato, da Assessoria de Comunicação do Museu Histórico Nacional, reuniram-se pela primeira vez em abril, por ocasião da abertura da exposição, para discutir o desenvolvimento de um trabalho educativo que não desmerecesse a importância da coleção do museu enquanto arte e registro histórico, e que, ao mesmo tempo, desse visibilidade à direta relação entre a atual produção e venda de imagens de marfim e o extermínio das espécies de elefantes.
Banner com imagem criada pela artista nova-iorquina Asher Jay, exposto na entrada da exposição “A Arte a Serviço da Fé”, no Museu Histórico Nacional
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Numa época em que o mundo todo volta sua atenção para o fato de que os elefantes africanos estão sendo rapidamente exterminados em quantidades jamais vistas, o Museu Histórico Nacional dá um passo importante ao esclarecer ao público que a exposição de imagens de marfim representa a arte do passado e que não pode servir de exemplo ou incentivo para que seus visitantes adquiram peças similares.
Esperamos que essa atitude sirva de exemplo para outras entidades no Brasil e no mundo preocupadas com meio ambiente e conservação, estejam elas relacionadas diretamente ou não a objetos de marfim, pois a preservação dos elefantes pede ação urgente de cada um de nós.
Banner produzido em duas versões – português e inglês – exposto na entrada da exposição “A Arte a Serviço da Fé”, no Museu Histórico Nacional, que receberá participantes da Jornada da Juventude.
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O gradual desaparecimento dos elefantes africanos.
Um mapa interativo da National Geographic sobre a caça predatória por marfim.
Matar elefantes por causa do seu marfim está devastando uma espécie que já está perdendo terreno para uma crescente população humana.
A população de elefantes e sua distribuição na África diminuíram drasticamente desde 1979, em grande parte devido à caça predatória por marfim. Em 1979, estima-se que havia 1,3 milhão de elefantes no continente, distribuídos amplamente por diversos países. Em 2007, seu número já havia sido reduzido para algo entre 472 mil e 690 mil.
Acesse aqui o mapa interativo. |
A caça predatória por marfim tem eliminado com rapidez populações inteiras de elefantes que, hoje, vivem fragmentadas pelo continente. Apenas em 2012, estima-se que tenham sido mortos mais de 40 mil elefantes no continente africano (ou seja, cerca de dez por cento ou mais das populações remanescentes), para abastecer o comércio de imagens religiosas e objetos de marfim no mundo todo.
O jornalista Bryan Christy escreveu uma impactante reportagem para a National Geographic, “Culto ao Marfim”, em outubro de 2012, em que revelava como as presas dos elefantes africanos, ainda ensanguentadas, chegavam por contrabando aos portos asiáticos e se transformavam em valiosas peças de marfim, para suprir lojas não somente na Ásia, mas em muitos países.
Hoje, estima-se que haja menos de 400 mil elefantes na África.
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