Leia a notícia completa no Estadão e assista à reportagem da BBC.
Nossa missão é inspirar a admiração pela inteligência, complexidade e vozes dos elefantes e garantir a eles um futuro melhor, através da pesquisa, conservação e compartilhamento de conhecimentos.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
2011: número recorde de elefantes mortos para abastecimento do mercado ilegal de marfim
Leia a notícia completa no Estadão e assista à reportagem da BBC.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Escolha seu elefante do Mara para 2012!
Através desse projeto, cada elefante de Maasai Mara é registrado com um código numérico. Agora você pode contribuir com o Elephant Partners e com a proteção dos elefantes de Maasai Mara dando nome a um elefante.
Nomear elefantes ajuda as pessoas a saberem quem é quem e cria laços emocionais com eles. Dando possibilidade às pessoas de nomeá-los, esperamos reunir uma comunidade que se importa com os elefantes de Maasai Mara - formada por pessoas que moram em Maasai Mara e contribuem com seu monitoramento e proteção, e outras que vivem em lugares distantes, cujas importantes doações dão suporte ao projeto.
Pessoas não residentes em Maasai Mara: com uma doação de U$ 500,00 para o projeto, você pode dar um nome a um elefante. Programas educacionais - incluindo bolsas de estudos em escolas locais, que darão suporte aos objetivos do Elephant Partners - serão a mais alta prioridade na destinação desses recursos.
Para nomear um elefante, você deve olhar o database “Mara Elephants Who is Who” (“Quem é quem entre os elefantes de Maasai Mara”) e escolher um elefante que ainda não tenha sido nomeado. Clique em “I’d like to name this elephant” (“Gostaria de nomear este elefante”), na ficha de identificação do mesmo. Você receberá um e-mail de aprovação do nome escolhido e um link para completar o processo e fazer sua doação, que será processada de modo seguro por PayPal e irá diretamente para a iniciativa Elephant Partners.
Seu nome aparecerá no banco de dados, junto com o nome do elefante que você nomeou. E você poderá seguir “seu” elefante, checando frequentemente as observações visíveis em seu cartão de identificação, inserindo seu nome ou código, através das atualizações e observações postadas na ElephantVoices e no Elephant Partners do Facebook.
A ElephantVoices tem o direito de aprovar ou declinar qualquer nome sugerido (por exemplo, se já existir). Nesse caso, você pode escolher e sugerir outro nome. A ElephantVoices não permitirá acesso a seus dados pessoais por parte de terceiros.
Kerstin Bucher, da Alemanha, foi uma das primeiras pessoas a nomear um dos elefantes de Maasai Mara: Sian. Participe também dessa iniciativa pela conservação dos elefantes de Maasai Mara, nomendo um elefante para a entrada de 2012!
Saiba mais sobre o trabalho da ElephantVoices em 2011 em nossa eNewsletter de final de ano.
Em nome da Joyce e do Petter, diretores da ElephantVoices, desejamos paz e os melhores votos a todas as criaturas, pequenas e grandes, em 2012!
Junia, Ana, Cris, Teca, Tiago, Mayara, Andrea, Leo, Tici e colaboradores da ElephantVoices no Brasil.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Elefantes têm Vida Longa
Esses indivíduos mais velhos e mais experientes são frequentemente alvos de caçadores de marfim e daqueles que praticam a caça esportiva, por causa de suas presas, que são geralmente maiores, e a perda desses indivíduos pode ter sérias consequências. Elefantes dependem de membros mais velhos para que possam adquirir conhecimento social e ecológico, assim como habilidades de liderança, e famílias inteiras e até mesmo populações podem ser prejudicadas pela perda de alguns poucos indivíduos-chave.
Fêmeas mais velhas são repositórios de conhecimento social
Ao longo de sua vida, o elefante precisa se adaptar constantemente a flutuações ambientais e a mudanças no seu mundo social. A aquisição e retenção de conhecimento ao longo da vida parece ser essencial para a sobrevivência de um indivíduo e para seu sucesso reprodutivo, assim como para o desenvolvimento da complexidade social e da comunicação do elefante. A longevidade também proporciona um ambiente que permite o desenvolvimento de fortes laços entre indivíduos de uma família.
Elefantes fêmeas passam suas vidas cercadas de outras famílias e são envolvidas em vários níveis de relacionamentos competitivos e colaborativos. Durante suas longas vidas, elefantes percorrem grandes distâncias, comem uma enorme variedade de plantas, interagem com um vasto número de outros elefantes e ganham muitas experiências valiosas. O avanço da idade entre as fêmeas está associado a um aumento de conhecimento social e ecológico e a habilidades discriminatórias. Fêmeas idosas mantêm seu lugar como líderes ou matriarcas de sua família na estrutura social feminina. Assim, fêmeas mais velhas são repositórios de conhecimento social e ecológico, influindo na sobrevivência e no sucesso de suas famílias.
Elefantes parecem confiar no melhor discernimento das fêmeas mais velhas: filhotes de fêmeas jovens passam um tempo significativo na companhia de suas avós; membros da família correm para as fêmeas mais idosas, em caso de perigo real; e grupos liderados por jovens matriarcas procuram se associar a famílias com líderes mais velhas.
Uma vida longa e uma maturação lenta estão correlacionadas e são como que pré-condições necessárias ao desenvolvimento da complexidade social e de um cérebro grande. Com um grande e complexo cérebro e uma boa memória, experiências aprendidas e complexidade social se multiplicam durante a longa vida dos elefantes. Fêmeas idosas, com um maior conhecimento social e ecológico, têm papéis sociais diferentes das fêmeas mais jovens. O aprendizado que sustenta a transmissão de tradições culturais ocorre no contexto de sucessivas gerações de animais que passam a maior parte de seu tempo juntos.
A longevidade é a chave do sucesso reprodutivo
O sucesso reprodutivo está diretamente relacionado à longevidade. Machos chegam ao auge da reprodução entre 40 e 55 anos de idade e continuam sexualmente ativos aos 60 anos, tendo o mesmo número de filhotes de um macho de 40 anos de idade.
Machos precisam de tamanho, força e experiência para acasalar com sucesso. A cópula é bastante complicada para os machos, e montar a fêmea é uma atividade que requer experiência. Um macho deve aprender a técnica apropriada, para poder manipular um pênis comprido, curvo e móvel. O trato reprodutivo da fêmea também é longo e curvo, e um macho precisa primeiramente montar a fêmea e depois posicionar seu pênis corretamente enquanto a fêmea se mantém imóvel. Fêmeas preferem machos mais velhos e frequentemente recusam os mais jovens. Além disso, machos jovens têm pênis bem mais curtos, e o tamanho do pênis é provavelmente um impedimento a mais para que esses machos consigam fecundar as fêmeas com sucesso.
Adicionalmente, o posto ocupado por machos que não se encontram no cio é determinado por força e tamanho. Um macho de 15 anos pesa a metade de um macho de 40. Machos grandes frequentemente desbancam os jovens quando estão competindo por uma fêmea no cio. Se um macho jovem tem a sorte de montar uma fêmea, provavelmente ele será forçado a desmontar ou será empurrado! Machos no cio ocupam um posto superior a todos os que não estão e, por esta razão, conseguem um número maior de acasalamentos. Machos jovens precisam equilibrar a energia para o seu crescimento com os recursos necessários para sustentar períodos de cio. Machos mais velhos têm a vantagem de não estarem crescendo tanto como os jovens e, portanto, podem direcionar mais energia em períodos de cio mais longos. Machos jovens são desbancados pelos mais velhos. Eles têm menos e menores períodos de cio, e tais períodos acontecem em épocas em que poucas fêmeas entram no cio.
Machos só começam a reproduzir regularmente aos 40 anos, idade em que 75% dos machos já morreram. A idade avançada está associada a corpos mais avantajados, maior massa corporal e experiência. Machos mais velhos no cio são pais de três quartos dos filhotes. A longevidade dá suporte tanto à manutenção da estratégia do cio quanto ao completo sucesso reprodutivo dos machos.
Machos que chegam a uma idade avançada ocupam um posto muito superior ao de outros e, quando no cio, geram muitos filhotes e passam seus genes para gerações futuras. Dionysus, por exemplo, foi um macho de Amboseli que morreu aos 63 anos de idade. Ele era incomum porque foi um dos poucos machos a escapar da matança epidêmica dos anos 1970, que abasteceu, na época, o mercado de marfim. Ele foi um dos maiores machos e ocupou um alto posto na população dos elefantes de Amboseli por quase 30 anos. Quando Dionysus morreu, em 2003, estimou-se que 51 filhotes tinham sido gerados por ele.
Bad Bull foi outro macho com alto sucesso reprodutivo, devido, em parte, à sua longevidade. Ele foi visto pela última vez no cio em 2002, aos 63 anos, e supõe-se que tenha gerado cerca de 62 filhotes. Aristotle teve menos sorte. Embora da mesma idade de Dionysus e Bad Bull, ele morreu mais cedo, aos 49 anos, e gerou 27 filhotes. A maioria dos machos não vive o suficiente para gerar um único filhote.
Saiba mais sobre a vida dos elefantes aqui.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Coldplay e os Elefantes
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
A Viagem de Iringa, Thika e Toka
Há anos, conservacionistas, cientistas e organizações se posicionavam contra a manutenção das elefantas no zoo de Toronto - além do espaço insuficiente para a espécie, o frio é rigoroso nos invernos, durante os quais Iringa, Thika e Toka ficam trancadas em um recinto de concreto com grossas barras de ferro. Em maio, quando o zoológico de Toronto finalmente anunciou que pretendia fechar seu recinto de elefantes, devido aos altos custos e à debilitada saúde dos animais, o santuário PAWS ofereceu a eles um lar permanente, sem custo para a cidade. No entanto, o zoo e a AZA (Associação dos Aquários e Zoológicos, de ação internacional) não aceitaram a oferta e pretendiam transferi-las para outro zoológico de sua rede de associados.
Com a decisão tomada pela Câmara Municipal de Toronto, Iringa, Thika e Toka terão direito a comportar-se naturalmente, caminhar livremente e explorar uma vasta área, procurar por alimentos, interagir com outros elefantes, participar de uma sociedade e escolher seus parceiros sociais, exercer atividades físicas e mentais variadas e a diversos outros estímulos e comportamentos que são inerentes e fundamentais para o bem-estar desses seres tão inteligentes e sociáveis. Terão, finalmente, suas necessidades biológicas e comportamentais atendidas, o que nunca poderia acontecer em um zoológico.
Com essa decisão, a Cidade de Toronto dá um exemplo a ser seguido em todo o mundo. Leia mais.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Identificando Elefantes Africanos
Os elefantes são muito diferentes entre si e com um pouco de conhecimento, prática e observação, não é difícil identificá-los.
Além da sexagem, a determinação da idade e as características do corpo também estão entre os oito módulos que a ElephantVoices disponibilizou para explicar como observar e entender as características de cada elefante, também utilizados no banco de dados “Mara Elephants Who’s Who”, do projeto de conservação Elephant Partners.
O trabalho pode ser facilitado se conseguirmos dividir os elefantes em categorias referentes ao tamanho, determinadas de acordo com a idade aproximada. As categorias que usamos são: novos (0-4
anos), juvenis (5-9 anos), pequenos adultos (10-19 anos), médios adultos (20-34 anos) e grandes adultos (35 anos ou mais). Colocar elefantes em categorias de tamanho requer prática, por isso não
recomendamos que essa característica seja usada para identificá-los, até que você tenha adquirido uma certa experiência.
É bom lembrar que um macho adulto cresce o suficiente para atingir o dobro do tamanho de uma fêmea adulta. Portanto, o tamanho é relativo, quando julgamos um pequeno, um médio ou um grande adulto – sempre dependerá do sexo do animal considerado.
Usamos o termo “infante” para designar um elefante novo com menos de um ano de idade. Ele normalmente não possui presas e é suficientemente pequeno para andar embaixo do abdômen da mãe. É necessário recorrer à genitália para sexar infantes.
Assim como os humanos, alguns elefantes são longos e esguios, enquanto outros são pequenos e curvos. De fato, é possível utilizar a forma do corpo para identificar elefantes, uma vez que você já tenha alguma experiência.
Elefantes das mais diversas populações (como a da Reserva de Maasai Mara) carregam velhos abscessos decorrentes de feridas de lanças e flechas utilizadas por caçadores e que, hoje em dia, se parecem com um inchaço ou um caroço e são muito úteis na identificação de marcas. Outros aparentam estar fisicamente limitados – mancando ou com outros tipos de deficiência.
É importante sempre considerar a presença/ausência das presas e se há algum tipo de dano às mesmas. A tromba também pode ser um bom indicador de conflitos com humanos e, consequentemente, ser um caráter de diferenciação entre os indivíduos.
Saiba mais sobre a identificação de elefantes africanos.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Sexagem de Elefantes Africanos
É recomendado que foquemos principalmente no tamanho e forma do corpo e da cabeça, na espessura das presas e na genitália. Os machos são maiores e tendem a permanecer com a cabeça ereta acima dos ombros, enquanto as fêmeas são menores e tendem a deixar suas cabeças abaixo da linha dos ombros.
Aprenda mais sobre sexagem de elefantes africanos aqui.
Tradução de Tiago Esteves Carvalhaes.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Tragédia acaba com lua-de-mel na Tailândia
domingo, 18 de setembro de 2011
O Elefante planta Florestas
Uma animação divertida sobre florestas e elefantes
O elefante é considerado uma espécie fundamental no ecossistema e sua participação na distribuição e na germinação de sementes é vital para diversas espécies de árvores. Atualmente, já sabemos como as florestas são importantes para a saúde do nosso planeta. Este desenho animado mostra, com uma dose de humor, a crucial participação dos elefantes nesse processo.
Produzido pela Fundação para a Reintrodução de Elefantes na Tailândia.
sábado, 10 de setembro de 2011
Elephant Partners – Protegendo os Elefantes do Mara
unidades de conservação,
fazendas - nem todas mostradas/mencionadas no mapa.
O ecossistema Mara, sua vida selvagem, seus elefantes e a população humana estão ameaçados. Os elefantes são justamente o maior indicativo de que a conservação passa por uma crise, mesmo que a reversão dessa situação e o investimento nessa área sejam de interesse do Quênia. Como são espécies que normalmente habitam savanas (especialmente aquelas encontradas no Quênia), os elefantes são elementos-chave na garantia da biodiversidade dos ecossistemas em que estão inseridos, além de assegurarem o sustento de milhares de pessoas que sobrevivem do turismo. Com o Elephant Partners, todos os interessados podem participar da redução da caça ilegal e dos conflitos envolvendo elefantes, além de produzir e compartilhar conhecimento sobre esses animais.
O objetivo do Elephant Partners é montar uma comunidade que compartilhe conhecimento sobre os elefantes do Mara e aplique essa sabedoria na proteção das espécies. A estratégia é conectar pessoas – guias, exploradores, guardas-florestais, pesquisadores, fotógrafos, turistas, cidadãos do Maasai Mara e outros interessados – com a vida dos elefantes. Desde junho de 2011, essa comunidade global tem crescido e providenciado fotografias e informações relevantes, ajudando o Elephant Partners na identificação e no registro de mais 600 elefantes adultos do Mara e permitindo o monitoramento do seu modo de vida.
O Elephant Partners depende da participação de muitos indivíduos para formar, utilizar e disponibilizar conhecimento sobre os elefantes do Mara. O projeto pretende incluir programas voluntários, bolsas de estudo, treinamentos de guias e guardas-florestais, cursos e palestras. Além disso, o Elephant Partners já é colaborador de outras iniciativas que possuem o mesmo objetivo.
na Unidade de Conservação de Olare Orok, faz upload de observações de elefantes
no banco de dados de observação do Elephant Partners, usando using um smartphone simples. (©ElephantVoices)
Visite a página do Elephant Partners, nosso projeto de conservação em Maasai Mara, no Facebook.
Acesse nosso banco de dados de elefantes adultos de Maasai Mara.
Tradução de Tiago Esteves Carvalhaes e Ana Zinger, revisão de Teca Franco.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
A América do Sul precisa de elefantes, segundo ecologista
18 de março de 2009
No que parece vir de uma página de um livro de Michael Crichton, um ecologista australiano sugeriu a introdução de elefantes na América do Sul e a criação de parques de Pleistoceno pelo mundo.
O professor Chris Johnson, da Universidade James Cook, em Far North Queensland, diz que a reintrodução de grandes herbívoros nas Américas ajudaria a restaurar ecossistemas e salvar espécies nativas ameaçadas. Ele diz que a experiência também ajudaria a esclarecer se foram os homens ou as mudanças climáticas os responsáveis pela extinção da megafauna, como o mamute e os cangurus gigantes.
Em artigo publicado em 2009 na revista especializada em biologia The Proceedings of the Royal Society B, o ecologista examina como a extinção de herbívoros gigantes há 50.000 anos afetou ecossistemas. Johnson, da Universidade James Cook de Ciências Marinhas e Tropicais, diz que grandes mamíferos mantiveram a vegetação aberta e, em ambientes de floresta, criaram “mosaicos” de diferentes tipos de vegetação, com uma grande diversidade de espécies de plantas. Entretanto, em termos ecológicos, a extinção da megafauna criou, rapidamente, paisagens de vegetação densa e uniforme, ele diz.
Johnson diz que seu artigo dá peso ao argumento de que os seres humanos, ao invés das mudanças climáticas, foram os responsáveis pela extinção de mamíferos como o marsupial gigante australiano, Diprotodon optatum. “Qualquer mudança na vegetação que tenha coincidido com a extinção é talvez muito prontamente atribuída a mudanças de temperatura, precipitação pluviométrica ou CO2 atmosférico”, ele diz. “Este pensamento levou à conclusão de que a extinção da megafauna foi uma consequência da mudança na vegetação, como se criaturas poderosas como o mamute fossem vulneráveis e sujeitas a transformações no meio ambiente causadas por mudanças climáticas.” Johnson diz que “nós sabemos que animais grandes são muito resistentes”.
“Poderíamos nos perguntar quais mudanças ocorreriam na savana africana se retirássemos os elefantes.” Ele diz que, como o debate é conduzido por paleontólogos e arqueólogos, eles “não repensaram a interação entre animais e plantas”. Johnson aponta para estudos que mostram mudanças na vegetação após a extinção de gigantes comedores de plantas, e não antes, como seria de se esperar em um cenário de mudança climática. Ele aponta para estudos feitos em antigas cascas de ovos de Emus australianas que mostram que há 50.000 anos essas aves incapazes de voar tinham uma dieta ampla – uma mistura de gramas e arbustos de regiões áridas e subtropicais, árvores e gramas de climas temperados –, mas que há 45.000 anos a dieta da ave não mais incluía as gramas de regiões áridas e subtropicais. “Isto mostra que sua alimentação vinha de um ambiente amplo e diverso e que depois foi reduzido para uma paisagem mais uniforme”, ele diz. “Essa mudança não pode ser atribuída ao clima.”
Johnson também aponta para “fósseis vivos da evolução” na paisagem australiana, tal como a Acacia peuce, árvore em risco de extinção encontrada em nichos isolados no Deserto de Simpson.
Ele diz que a planta tem características de proteção, incluindo uma folha espinhosa com sulcos, e que cresceu “na altura do nariz de um diprotodonte”. Hoje ela tem uma folha macia e doce. “Tipos de vegetação com ramos numa altura apropriada para que possam ser comidos por animais herbívoros (browse line) são fósseis vivos”, diz ele, que mostra que a Acacia peuce tinha um mecanismo de defesa contra a megafauna.
“Se você procurar por essas características nas acácias australianas (hoje), elas são bem raras, enquanto nas acácias africanas elas são encontradas em todos os lugares”, ele diz.
Johnson diz que há várias plantas que interagiram com a megafauna que ainda mantêm mecanismos de defesa obsoletos e métodos ineficazes de dispersão de sementes. Ele afirma que a reintrodução de grandes herbívoros em regiões onde estas plantas ainda existem pode salvá-las. Ele aponta para estudos do ecologista americano Daniel Janzen que mostram que populações de cavalos selvagens estão preenchendo o papel dos cavalos norte-americanos nativos extintos. “Agora existem algumas espécies de plantas nativas que dependem dos cavalos selvagens para a dispersão de sementes”, diz Johnson.
Ele diz que a reintrodução de elefantes na América do Sul teria um impacto similar na vegetação. “Eles iriam para um ecossistema que está só esperando por eles”, ele diz.
Johnson também acredita que a criação de parques do Pleistoceno, onde os grandes mamíferos ou seus análogos mais próximos seriam introduzidos, é possível e essencial para a preservação da biodiversidade. “Para compreender comunidades de plantas vivas, nós precisamos reimaginá-las com seu complemento completo da megafauna do Pleistoceno”, diz ele. “Esta percepção deve também prover a fundação para a restauração ecológica, que deve mirar em restabelecer interações entre grandes herbívoros e vegetação onde isso ainda seja possível.”
Tradução de Ana Zinger, revisão de Teca Franco.
Clique aqui para assistir a uma divertida animação: "O Elefante Plantas Florestas" e saiba por que os elefantes são os jardineiros do nosso planeta.
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011
A Inteligência dos Elefantes
A fabricação e a utilização de ferramentas, a compreensão da morte, a empatia e sua memória notável.
Por ElephantVoices – tradução livre de Andrea Schmidt.
Os elefantes estão entre os animais não humanos mais inteligentes e complexos, tanto do ponto de vista emocional como social. Como regra, podemos ver que as espécies que possuem os maiores cérebros têm um melhor desenvolvimento do córtex cerebral e uma melhor capacidade de aprendizagem, além da habilidade de reter informações por mais tempo. Décadas de estudos compõem uma literatura com pesquisas e acompanhamentos científicos sobre a inteligência e as habilidades cognitivas desses animais.
Os elefantes possuem uma memória notável, acumulando conhecimentos sociais e ecológicos, lembrando-se de aromas e vozes de outros indivíduos, rotas migratórias, lugares especiais e habilidades aprendidas. Há alguns relatos de histórias reais de elefantes que se lembraram de pessoas com quem tinham tido uma relação social e que não viam há anos. Joyce Poole tem sua própria experiência sobre a extraordinária memória desses gigantes da natureza. Em meados de 1980, ela estabeleceu uma relação especial com um jovem macho chamado Vladimir. Quando parava seu carro e o chamava, ele vinha até sua janela, deixando que ela tocasse sua tromba e suas presas. Por cinco anos, interagiram dessa forma provavelmente oito ou dez vezes. Depois de 1991, ficaram 12 anos sem se ver. Quando ela se encontrou novamente com ele, em maio de 2003, ele já era um adulto de 34 anos, e foi difícil para ela reconhecê-lo. Mas algo na maneira pela qual ele se movimentava lhe disse que era seu velho amigo. Parou o carro (um carro que era novo para ele) e o chamou. Ele deixou seu caminho, caminhou em direção a ela, rodeou o carro, foi até sua janela e deixou que ela tocasse sua tromba e suas presas, como fazia 12 anos atrás.
Dados importantes também foram descobertos em Amboseli com famílias lideradas por jovens matriarcas que procuravam por grupos familiares liderados por matriarcas mais velhas, provando a inteligência delas ao reconhecer que indivíduos mais velhos possuem um amplo conhecimento sobre diversos recursos, como a localização de áreas e regiões com alimentos sazonalmente disponíveis. Além disso, devido ao conhecimento ecológico e social adquirido com o aumento da idade, as fêmeas mais velhas têm maior sucesso reprodutivo do que as fêmeas mais jovens. Tais comportamentos podem ser de muita importância para momentos de dificuldades, diminuindo assim o índice de mortalidade no grupo.
Ainda podemos dizer que os elefantes utilizam e até mesmo fabricam ferramentas simples, conseguindo também manipular e modificar objetos de pequeno e grande porte. Comportamento interessante, visto que muitos pensam ser este um procedimento exclusivo de primatas. Não poderíamos deixar de falar então de outro comportamento muito complexo, relacionado a empatia. Comportamentos empáticos são comumente observados entre os elefantes, incluindo a formação de coalizões para ajudar outros indivíduos que precisam de auxílio; a proteção aos elefantes jovens ou feridos (ou até mesmo a outras espécies); o conforto aos indivíduos angustiados; o cuidado de filhotes que estão separados de suas mães; a recuperação de filhotes que estão separados de sua família natal; a ajuda a indivíduos que caíram, precisam de assistência física ou estão imobilizados; e a remoção de objetos estranhos de um elefante.
Uma discussão sobre a inteligência dos elefantes seria incompleta se não mencionasse sua compreensão sobre a morte. Os elefantes demonstram variadas reações à morte de amigos e familiares, e reagem até mesmo a carcaças encontradas no caminho.
Saiba ainda mais sobre a inteligência dos elefantes, acessando o texto completo original da ElephantVoices.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Rosana Jatobá: Por trás das lonas
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Os Pequenos Gigantes de Tsavo
Órfãos no Parque Nacional de Tsavo, no Quênia. (C) Junia Machado/ElephantVoices (10/2010) |